Manifesto ABRA-GEDAR
Manifestação conjunta da Associação Brasileira de Autores Roteiristas, ABRA, e da Gestão de Direitos de Autores Roteiristas, GEDAR
Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2021
Causou profunda estranheza entre os roteiristas brasileiros a nota publicada na coluna Lauro Jardim, in O Globo, nesta quarta-feira, 13/10, sob o título “Grupo de roteiristas planeja sindicato para proteger setor de práticas abusivas dos streamings”, em que se afirma que “20 (sic) roteiristas e produtores brasileiros” estão se preparando para criar uma “versão tropical” do Writers Guild of America. Estranheza, em primeiro lugar, porque os roteiristas profissionais brasileiros estão organizados há mais de 20 anos em entidades representativas autônomas e independentes, similares ao WGA, nomeadamente a Associação Brasileira de Autores Roteiristas, ABRA, com mais de 700 roteiristas filiados, e a Gestão de Direitos de Autores Roteiristas, GEDAR, com quase 400 escritores do audiovisual registrados, ambas as associações solidamente implantadas em território nacional e reconhecidas internacionalmente. Em segundo lugar, porque os produtores brasileiros têm suas próprias organizações para defender seus interesses, que não se confundem com os dos roteiristas.
O objetivo específico da ABRA é lutar contra cláusulas abusivas impostas por produtores e exibidores aos profissionais do roteiro; remuneração justa e créditos adequados ao seu trabalho, qual seja, nada menos que preencher a página em branco com o texto escrito que será a base da obra audiovisual.
O propósito da GEDAR é lutar por e arrecadar os direitos autorais, que também se podem dizer royalties, sobre a exibição pública das obras dos autores roteiristas. Para tal fim, está habilitada pelo Secretaria de Cultura do Governo Federal e mantém convênios de reciprocidade com organizações congêneres de roteiristas em todo o mundo, como a SACD, francesa, a ARGENTORES, argentina, REDES, colombiana, e inúmeras outras.
Por se inserir com objetivos dúbios e mal explicados num mercado em expansão vertiginosa, onde as conquistas e os direitos dos roteiristas brasileiros vêm sendo progressivamente ameaçados, a iniciativa descrita na nota é vista com desconfiança pelas entidades já constituídas do audiovisual e solicitamos que a coluna considere as informações fornecidas para uma nova publicação. A ABRA e a GEDAR estão abertas ao diálogo com todos os roteiristas e produtores para a melhoria das condições de trabalho da categoria.
ABRA-GEDAR